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O Movimento Patriótico de Triunfo: o poder da república no Sertão do Pajeú

  Cidade de Triunfo, sertão de Pernambuco (Divulgação/Prefeitura Municipal de Triunfo).  No dia 15 de novembro de 1889, o Brasil passava por um golpe militar que instaurou o regime republicano no país, o que provocou significativas mudanças estruturais na organização política da monarquia para a república, defendida por alguns intelectuais positivistas e por setores do exército insatisfeitos com a Coroa desde o fim da Guerra do Paraguai. Nas províncias, que agora passariam a ser chamadas de "estados", as reações ocorreram de maneiras diversas e em Pernambuco não foi de modo diferente. Na época, o Partido Republicano em Pernambuco estava dividido em duas facções no Recife: a dos Republicanos Históricos , que constituíam os defensores da causa da república desde o período imperial e chefiados por José Isidoro Martins Júnior , e os Autonomistas , que era integrado pelos antigos políticos monarquistas e liderados pelo Barão de Lucena e por José Mariano Carneiro da Cunha , perso...

Brasil Holandês?: A Figura de Maurício de Nassau na Construção das Memórias Históricas

     As concepções do professor e historiador Denis Bernardes são muito contundentes ao abordar a construção das memórias históricas no Brasil, especialmente no contexto da colonização holandesa em Pernambuco. O autor enfatiza que o passado tem sido moldado por interesses políticos e mercadológicos, refletindo uma superficialidade nas investigações históricas que não atendem às complexidades do período. Além disso, é discutido as múltiplas memórias da dominação holandesa, destacando como a idealização do governo de Maurício de Nassau — frequentemente lembrado como uma "cidade de ouro" — projeta questões contemporâneas no passado. É notório a crítica sobre a romantização desse período, argumentando que a colonização foi marcada pela exploração econômica e pela destruição ambiental, desafiando a visão utópica que muitas vezes permeia as narrativas históricas.      Em síntese, esse texto reflete sobre a figura de João Maurício de Nassau e seu impacto no Recife...

"Capitoa" D. Brites de Albuquerque: A primeira governante de Pernambuco

     Diante da indesejável presença francesa na América Portuguesa e do avanço espanhol na região, Dom João III, rei de Portugal, reconheceu a urgência de ocupar e administrar eficazmente suas terras nas Américas. Assim, o Estado português passou a abordar, de forma estratégica, a tarefa de colonização dessas novas terras. Em 1532, D. João III instituiu o sistema de donatarias para o povoamento da colônia — um modelo administrativo que já havia demonstrado sucesso na ilha da Madeira e nos arquipélagos dos Açores e de Cabo Verde.     Nesse contexto, o litoral das novas terras americanas foi segmentado em capitanias, e as parcelas de terra foram concedidas a nobres de confiança da Coroa Portuguesa. A esses donatários cabia a responsabilidade de ocupar a costa entre Pernambuco e o rio da Prata, incluindo a obrigação de armar navios, recrutar pessoas, arcar com as despesas e administrar a nova colônia. Duarte Coelho Pereira foi agraciado com a capitania de Pernambuc...

Vilas indígenas pombalinas nos sertões da capitania Pernambuco

     Na segunda metade do século XVIII, a América Portuguesa era atingida pelas medidas reformistas do governo de D. José I, sobretudo a partir dos ideais ilustrados propostos por Sebastião José de Carvalho e Melo, seu célebre (porém contraditório e polêmico) secretário de estado. As chamadas "Reformas Pombalinas", tendo em vista o título com o qual eternizou-se na memória e na historiografia luso-brasileira, isto é, o de Marquês de Pombal, procuravam modificar alguns aspectos da política e da economia portuguesa, tanto no reino quanto em suas vastas possessões ultramarinas. Era o caso, por exemplo, do Brasil. Dentre as medidas tomadas por Carvalho e Melo para a reposição do papel do Estado nas dinâmicas internas da colônia, duas políticas sobressaem-se: a Companhia de Comércio e o Diretório Pombalino.      A primeira estava interessada na produção e regularização do comércio de produtos coloniais, enquanto a segunda integrava-se diretamente ao vasto arsena...

O mangue como expressão musical no Recife

     O Mangue Beat é um movimento cultural e musical que emergiu na década de 1990 na cidade de Recife em Pernambuco, e se tornou um importante marco para a história da música brasileira. Este movimento é caracterizado pela fusão de elementos da cultura tradicional nordestina, como maracatu, ciranda e samba, com influências de estilos globais, incluindo rock, música eletrônica, rap e reggae. A proposta do Mangue Beat era não apenas criar uma nova sonoridade, mas também expressar as realidades sociais e urbanas da região, especialmente as condições de vida dos habitantes das áreas periféricas e dos mangues.      A expressão musical do Mangue Beat é profundamente ligada à figura do homem periférico, que vive em condições de pobreza e exclusão social. As letras das músicas frequentemente abordam temas como a miséria urbana, a luta pela sobrevivência e a indignação diante das desigualdades sociais. Bandas como Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A f...

Literatura Pernambucana: O Recife do Século XIX em "A Emparedada da Rua Nova", de Carneiro Vilela

Podemos falar do passado de Pernambuco através da literatura. Não só documentos tradicionais fornecem informações precisas sobre o passado, mas outras fontes podem dialogar com documentos considerados tradicionais, e quem se beneficia com isso é sem dúvidas o historiador, que alcança novas respostas, e o grande público, que pode observar que o trabalho do historiador é muito amplo.  Notar que a literatura é uma produção de seu tempo é o primeiro passo para afirmar sobre a grande capacidade de uma obra de ficção para representar seu tempo. Vale um adendo antes de comentar sobre a obra. Apesar deste potencial da literatura como fonte, não se pode tratar uma obra de ficção como um livro de história, que tudo o que ali está escrito é o que aconteceu de fato, e que 100% daquilo que está sendo representado aconteceu. Temos que enxergar a literatura de forma crítica, e frisar que estas obras não são neutras, foram escritas por alguém que desejava criticar o governo, a sociedade ou qualque...